Um dos fundamentos mais importantes do desenho é a qualidade da linha. Melhorar o traço no desenho é essencial para qualquer artista, seja ele iniciante ou profissional. Exercícios de linha ajudam a criar uma memória muscular, deixando cada vez mais natural o ato de fazer linhas. Assim, queremos que isso seja intuitivo, de maneira semelhante a dirigir, onde não pensamos em como mudar de marcha. Logo, A ideia é pensar apenas na intenção da linha no desenho. Para isso, aqui estão algumas dicas:
Evite a linha cabeluda, desenhe a linha inteira
Primeiramente, é importante desenhar a linha do começo ao fim, do ponto A ao ponto B, de forma consistente.
Conforme Heuser, no seu livro “Freehand, Drawing and Sketching”, se você não conseguir desenhar uma linha de uma vez, comece a nova linha alguns milímetros à frente da linha anterior, evitando ruídos.
Use seu braço inteiro
Utilize o ombro e o cotovelo, não apenas o pulso. Visto que algumas linhas serão pequenas, outras médias e outras grandes, ao movimentar todo o braço ajuda a criar linhas mais fluídas e controladas.
Ajuste a velocidade
Linhas rápidas tendem a ser mais fluidas, mas difíceis de controlar. Linhas lentas são mais fáceis de controlar, mas podem apresentar tremores. Assim sendo, busque um meio termo! A fim de entender a velocidade ideal, recomendo que observe vídeos de artistas, prestando atenção na velocidade com que desenham e como utilizam o braço.
Rotacione o papel
Antes de mais nada, não há necessidade de manter o papel fixo na mesa. Rotacione-o para encontrar a direção mais confortável para desenhar. Afinal, isso facilita a criação de linhas em várias direções sem ter que desenvolver memória muscular para todas elas.
Use bordas como guias
Utilize as bordas do papel para verificar se suas linhas estão paralelas. Isso ajuda a manter consistência e precisão.
Pratique espaçamento
Técnicas como hatching e cross-hatching requerem controle de linha, já que dependem de linhas igualmente espaçadas.
Linhas próximas criam áreas mais escuras, enquanto linhas espaçadas criam áreas mais claras. Portanto, pratique espaçar linhas paralelas de diferentes maneiras para desenvolver seu senso de espaço.
Linha fantasma (Ghosted Lines)
Scott Robertson, no livro “How to Draw”, ensina a técnica de linha fantasma. Finja que vai desenhar a linha do ponto A ao ponto B antes de realmente colocar a caneta no papel. Isso ajuda a encontrar a orientação correta e aumenta a precisão.
Desenhe curvas, esferas e elipses
Além de linhas retas, pratique desenhar curvas, esferas e elipses. Isso ajuda a desenvolver controle sobre formas curvas e variação de linha.
Lembre-se, até artistas profissionais têm pequenas imperfeições em suas linhas. O objetivo é minimizar os ruídos que distraem no desenho. Praticar esses exercícios ajudará a tornar o ato de desenhar linhas algo natural e intuitivo.
Peso de linha
O peso de linha é um conceito simples, mas de grande importância para a comunicação dentro de um desenho. Ele pode ser resumido como a variação na espessura das linhas, que podem parecer mais leves ou mais pesadas.
No canal Proko, o artista Stan Prokopenko cita três principais maneiras de se utilizar o peso de linha: controle de hierarquia de importância, profundidade, e luz e sombra.
Utilizar o peso de linha para comunicar a hierarquia é uma maneira eficiente de pensar na composição e direcionar o olhar do observador para os pontos de interesse. Ao utilizar uma linha mais grossa na silhueta de um objeto, esse objeto cria contraste em relação aos demais elementos da cena, destacando-se como o principal ponto de interesse. Isso ajuda a guiar o olhar do observador, enfatizando as áreas mais importantes do desenho.
O peso de linha também pode ser utilizado para mostrar profundidade. Desenhar as partes do desenho que estão mais próximas do observador com linhas mais grossas e as partes que estão mais distantes com linhas mais finas cria uma sensação de profundidade. Essa técnica é eficaz para adicionar dimensão e realismo ao desenho.
Por fim, o peso de linha pode ser utilizado para mostrar a direção da luz e sombra. Normalmente, linhas mais finas são usadas nas áreas iluminadas, enquanto linhas mais grossas são utilizadas nas áreas de sombra. Isso não só ajuda a definir as formas, mas também a enfatizar a direção da luz e a dar volume aos objetos desenhados.
Conclusão
Não existe uma maneira correta de usar o peso de linha dentro de um desenho. É uma ferramenta versátil que depende do estilo do artista, do contexto da obra, e da mensagem que se pretende transmitir. O peso de linha pode ser ajustado para realçar diferentes aspectos do desenho, tornando-se uma poderosa ferramenta de comunicação visual.
